Eu deixei cair alguns grãos de felicidade pelo caminho, enquanto eu carregava fardos inteiros no decorrer da minha caminhada.
Esses grãozinhos que germinaram tantas plantinhas que já não consigo regar.
Na estrada da minha vida.
Já não posso voltar e alcançá-los.
Deixo-os viçosos nas esquinas da minha lembrança.
Me contento em não colhê-los, mas tê-los adubo no crescimento do que me tornei.
Quem sabe?
Um dia não os veja de novo?
Como árvore?
E possa repousar na sombra do que se tornaram?
Porque não volto no tempo.
Mas escolho no meu tempo tudo que é parecido com o melhor do que fui.
E guardo em potinhos com algodão umedecido.
Não tenho coragem de deixar morrer nada que é bom.
Pois o tempo muda.
Os ventos sopram diferente.
E fazem árvore.
Galhos frágeis, curvados pelas tempestades.