terça-feira, 9 de julho de 2013
Peso
Faz algum tempo que mudei, pois o peso do Mundo nos meus ombros estava fazendo eu andar mais curvada do que eu gostaria e para encostar no chão não faltava muito. Sei que existe crueldade, falcatrua, acidentes de trânsito horripilantes, roubalheira na política, maus tratos e abuso infantil, falta de leitos nos hospitais e por aí vai. Sei, pois não sou surda tampouco cega. Já doei metade das minhas coisas para pessoas carentes, já retirei mais de vinte cães das ruas, inclusive cadelas prenhes, os cuidei, encaminhei, enfim, fiz o que está ao meu alcance, gritando aos meus olhos e coração. Porém, no mais, procuro desviar os meus olhos de tanta miséria humana. Se eu tiver que virar a cabeça em direção ao sol e evitar uma nuvem o faço e sem vergonha nem remorso, pois preciso me amar para poder amar aos outros. Preciso ter força espiritual e não é vendo os japoneses cometerem as suas atrocidades contra os animais, que conseguirei ser forte. A minha vida, como a de todos, tem suas mazelas, mas procuro espremê-las até que o pequeno caldo de positividade sirva para saciar a minha sede de otimismo. Não vou ajudar mais esse Mundo perdido se eu ver cenas de sofrimento, vou apenas me entristecer e me revoltar mais. Desde criança, tentei desesperadamente me alimentar do bom. E não sou perfeita, mas eu seria muito pior do que sou.
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