sábado, 20 de julho de 2013

Homens que Dançam


Primeiro foi o sorriso.
Fácil, aberto, de olhos semicerrados e lábios rasgados.
O arrebatamento foi rápido, deslizando como água morna pelo corpo magro e pequeno dela.
Mas foi a dança que selou o desejo de eternidade entre eles, mesmo ela sabendo que mesmo o Para Sempre, em caso de amor, pode ter alguns finais imprevisíveis.
Dançaram em uma festa, mas ele dançou somente para ela.
Porque ela sabia que um homem que dança sem vergonha do próprio corpo, é um homem que está disposto à ceder ao prazer.
Um homem que dança, usa os olhos, os braços e os quadris para mostrar que, mesmo expondo uma sensualidade que é mais delas, expõe o que de mais másculo possa existir: a capacidade de se entregar.
E a capacidade de dizer sem palavras que no amor a troca voluptuosa é a chave para abrir uma das muitas portas do coração.
Um homem quando dança, expõe a feminilidade que não é o afetamento e mostra para sua parceira que pode vesti-la por momentos, para conseguir saciar uma sede que nem ela se julga capaz de estancar.
E ele dançou com os mesmos olhos semicerrados de seu sorriso.
E saíram abraçados da festa.
Para uma noite cheia de promessas.

Para ela com gosto de eternidade.
Mesmo que durasse somente mais algumas danças.

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