Quero é que as coisas me vistam, feito roupa, e me sirvam para agasalhar a nudez da minha existência.
Porque vão existir dias em que a alegria cai como luva, mas noutros a lucidez da melancolia vem, com suas tramas elaboradas, encaixar no meu corpo no tamanho certo para ser usada.
Ser dona pesa a existência, nesse caminho onde o usufruir é muito mais iportante do que tomar para si.
Quero mais é poder pedir emprestado toda essa complexidade de ondas que quebram no oceano infinito da minha mente.
Quero ter o direito de ser louca, criança, burra, ingênua, lógica, inteligente para depois tomar a minha essência de volta com esse tudo e mais um pouco que me faz aguentar o peso do corpo nas próprias pernas.
Porque ser dona é um peso irrelevante em um Mundo cheio de donos e com pouca felicidade.
Não preciso ser proprietária das árvores para usufruir do prazer que elas me proporcionam.
Tampouco quero me apropriar de pessoas com imposições mesquinhas que as tornam presas à nós, mas jamais nossas.
Minha moeda é outra e vale mais do que qualquer metal precioso, pois o que adquiro vira meu por direito.
Não um direito que nasceu de um preço.
Nada que eu possa consumir por determinado tempo.
Mas algo que eu levarei, para sempre, impresso na alma.
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